Um projeto de recuperação ambiental foi desenvolvido na Trilha Ecológica Canto do Sabiá (TECS), em São José do Seridó (RN), com a participação de alunos da Escola Estadual Professor Raimundo Silvino da Costa. A iniciativa avaliou a implantação de renques — estruturas vegetadas ou de pedras dispostas em locais estratégicos — como técnica de restauração de áreas degradadas no bioma Caatinga.

Os renques funcionam como barreiras naturais que ajudam na retenção de água e sedimentos, criando condições mais favoráveis ao desenvolvimento da vegetação nativa. O experimento teve início em janeiro de 2025, quando foram implantados 26 metros dessas estruturas em uma clareira da trilha ecológica, utilizando galhos secos da própria vegetação local.

Entre os objetivos do estudo, estava verificar se os renques vegetados facilitam a germinação e o desenvolvimento de novas espécies em áreas de clareira florestal. Para isso, foram plantadas sementes de espécies nativas que não eram encontradas na área, como craibeira, tamarindo, jucá, ipê-roxo, carnaúba, favela e aroeira.

Na avaliação realizada em 25 de abril, observou-se o surgimento de mudas de craibeira, carnaúba, favela e ipê, confirmando a eficácia da técnica. Também foram identificadas a presença espontânea de jurema-preta e diversas plantas herbáceas, cujas sementes foram provavelmente transportadas pelas chuvas.

A pesquisa conta com a colaboração dos estudantes José Michel e Regieli, do 2º ano do Ensino Médio, e tem como idealizador o ambientalista e professor mestre Josimar Araújo. Segundo ele, o projeto demonstra que é possível recuperar áreas degradadas do semiárido utilizando soluções simples, eficazes e de baixo custo.

Josimar Araújo, que atua ativamente em ações de preservação e recuperação ambiental, reforça a importância de iniciativas práticas na reconstrução do ecossistema da Caatinga, duramente afetado pelas ações humanas.